Meu bem (Richardson Alex), hoje são 3 meses sem você e parece que pela 1ª vez eu consigo ver uma pequena luz no olho do furacão de tudo isso...
Sinto saudades!Sigo te amando.
Sua ruiva.
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Meu bem (Richardson Alex), hoje são 3 meses sem você e parece que pela 1ª vez eu consigo ver uma pequena luz no olho do furacão de tudo isso...
Sinto saudades!Uma das piores palavras pra dizer sobre alguém que perdemos é morreu, pois atesta pra nós mesmos o acontecimento imutável. E nos ouvir dizendo isso tem um peso gigantesco dentro da gente. Ainda não cabe em nenhum lugar dentro que você não existe mais fisicamente, que não posso te acessar de alguma forma. Isso é uma verdade estúpida!
A cada dia, a cada mês que passa comprovo o que muitos dizem: o luto não é linear e eu "jurava" que somente hoje eu estaria péssima, mas me enganei. Desde sexta-feira que entrei no fundo do poço do luto e fiquei sendo engolida pela dor da sua ausência, meu bem!
Incrivelmente são as pequenas coisas do dia a dia que me trazem à memória o que poderíamos ter vivido, porém não houve tempo. Chegando a mesma hora de sua partida, foi chegando em mim uma ansiedade, uma agonia. Numa noite de terça-feira, há 2 meses você nos deixou, descansou fisicamente e deixou sua existência nas lembranças e amor que construímos juntos.
Não sou tão fraca quanto penso e nem tão forte quanto imaginam. Não tenho e nem preciso provar nada pra ninguém, apenas continuo seguindo como posso e como consigo tentando não quebrar o elo que construímos. A única coisa que me "consola" é saber que a nossa história é nossa, nós a vivemos, e ninguém tirará isso de você - onde estiver - e nem de mim.
Sigo te amando.
Como Cecília, a Meireles, eu não tinha este rosto de hoje, triste, os olhos tão vazios, e o lábio amargo, até voltei a usar hidratante facial noturno na esperança de um aspecto melhor. Mas ele não faz o que promete "deixar a pele com aparência descansada". Não o culpo, o cansaço é mais profundo e a pele, coitada, envelheceu.
Como não envelhecer quando todo o viço da alma se escoou pelo ralo da certeza de que não teríamos mais um futuro juntos. Todas as perspectivas de futuro mudaram. Mudaram? Ou acabaram? Planos de simples fins de semana, de viagens curtas e longas se findaram no dia em que levei a rasteira do prognóstico. Tenho carregado o peso do mundo.
Os números que você tanto gostava de guardar na memória, não fazem mais o menor sentido para mim. As horas, os dias, as datas só servem para pesar na contagem de mais um momento que não tenho você comigo.
Você me dizia que precisávamos resolver o meu problema de não saber nadar. Você queria me levar para o mar, o seu lugar de refúgio. Agora estou no mar tempestuoso do luto e não sei como tenho sobrevivido, vivido? Resistindo? Ou só existindo?
Você era tão responsável, tão preocupado com as pessoas, com as coisas, porém o mundo não parou um segundo sequer para sentir de fato a sua ausência. Eu parei, fiquei perdida, abandonada, desamparada.
A dor da perda, da ausência, da saudade
embriaga, entontece, desnorteia,
tira a sobriedade, a lucidez.
Os dias continuam nebulosos,
o desamparo e o abandono
são companheiros constantes.
Sinto-me nauseada
e o que está enjoando
é a dor que precisa ser vomitada.
Frustração, exaustão, fraqueza,
cansaço, vazio, irracionalidade.
Não consigo assimilar,
não consigo aceitar,
mas é inevitável.
Sua partida é real e permanente,
estupidamente crua e imutável.
Sigo dilacerada,
tentando costurar os retalhos,
colar os pedaços,
juntar os cacos.
Meu luto tem gosto de dor, de frustração, de rancor pela vida.
Olhar a vida com a perspectiva da sua não existência é uma das coisas mais difíceis de se fazer.
Sinto saudades.
Sinto saudades das coisas simples,
saudades de andar de mãos dadas com você,
de conversar rindo como dois adolescentes.
Sinto saudade de te contar sobre o meu dia,
de falar de algo novo que aprendi, que descobri.
Sinto saudades do seu cheiro, da sua pele,
da sua barba, da sua voz, da sua risada.
Sinto saudades do "bom dia, meu bem", "eu te lovo",
saudades de seus encantos, gentilezas, até das chatices.
Em meio a dor e o vazio que habita em mim
Hoje eu sou só saudade...
Tem sido uma tarefa inútil tentar
colocar em palavras as sensações e angústias vividas, logo eu que sempre fui
hábil com as palavras, ainda não consegui ter lucidez pra discernir, só tenho
sentido e muito e muitas coisas.
Estou ocupando um lugar que, nem em meus
piores pesadelos, nunca imaginei estar. Nunca imaginei estar e tão
precocemente! Incrível (não crível mesmo!) como em 1 mês a vida muda e neste
caso pra pior.
Foi tudo rápido com a gente, mas a
alegria e felicidade não precisam de tempo pra serem digeridas, elas
simplesmente se incorporam em tudo o que fazemos. Nós não precisamos de
tempo para entender que nos queríamos além da amizade que já tínhamos há 3
anos. Rapidamente percebemos que já nos amávamos e de que nossa conexão não era
apenas deste plano. Foi tão intenso que até dissemos em algumas conversas (sim,
algumas) que quem fosse primeiro esperaria pelo outro.
Entretanto, NUNCA pensei que você fosse
primeiro e de forma estupidamente rápida!
A ansiedade da doença, da falta de
diagnóstico, depois as verdades do prognóstico e as realidades cruas da certeza
da partida jamais serão digeridas. Principalmente quando vêm em um espaço tão
curto de tempo. Se bem que não há preparação para isso, não é questão de tempo...
A dor da ausência simplesmente adentra
despedaçando tudo, não pergunta se pode entrar, já chega te derrubando,
arrasando qualquer faísca de alegria que pode existir nas lembranças dos bons
momentos.
Todos os dias sinto a sua falta, nas
coisas mais simples, nas coisas mais complicadas, saudades de "um cheiro,
minha ruiva", "te amo, ruiva". Saudades das declarações de amor
através de poemas, músicas e letras de músicas. Saudades da sua gentileza, das
suas brincadeiras. Saudades das suas histórias que eu aprendia tanto ouvindo.
No dia que você morreu, morreu algo
dentro de mim que eu tenho certeza que jamais reviverá. Não sei nomear e já
entendi que nem preciso fazer isso. Não tenho que me justificar e nem explicar
pra ninguém, pois só quem atravessa esse vale das sombras chamado luto saberá o
que estou falando.
Infelizmente não há uma fórmula pronta
pra aguentar e sobreviver à dor do luto. A gente tem que aprender no processo
ocupando esse lugar antes nunca imaginado.
A sua ausência é o que está mais presente em mim.
"Por onde for quero ser seu
par".
Tô com saudade, meu bem.
Te lovo.