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terça-feira, 31 de maio de 2011

EM VÃO

Tenta tapar-me o sol
Com a montanha.
Deixar os meus dias incertos.
Na inépcia se afoga,
Na penúria de sua alma
Curte sua solidão.
E eis que o regozijo de minh'alma
Está além do horizonte.
Lugar que montanha alguma
Poderá ocultar!


(26/05/2011)

NEGLIGENTES

Ineptos, maldizentes!
Não têm firmeza de caráter.
Inconstantes e volúveis,
São como folhas levadas ao vento.
Têm dupla face e espírito dobre.
Não têm personalidade,
Vendem-se a sepulcros caiados!
Pensam estar certos,
Que ledo engano.
O Dia da Justiça chegará!
Tudo será declarado
E os que de vós se apartaram
Verão a SALVAÇÃO!

(22/06/2011)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ALFARRÁBIO

Se tu leres as entrelinhas de meu olhar
Verás o quanto de ti há neles:
Olhares registrados, sorrisos iluminados,
Imagens da tua face linda!
Quantos anseios guardados,
Abraços esperados.
Mãos unidas, casadas.
No ato de pensar
Os corações estanques
Unem-se num imane amor.
O que era insípido e solitário
Torna-se em regozijo.
Tudo nas entrelinhas do meu olhar
Que tu te negas a ler.


(12/05/2011)

domingo, 8 de maio de 2011

RELÓGIO

No tique-taque do relógio do tempo
Bate em descontrole um coração.
Horas acelerado,
Horas calmo e atrasado.
A ausência enfraquece o ponteiro
E a batida da saudade
Quase quebra a engrenagem.
O anseio enferruja as peças
E a bateria quase perde a validade.
A presença anuncia o alvorecer!
No sorriso o brilho do sol da manhã,
No olhar o calor do dia ao meio,
Nos negros cabelos o anoitecer aconchegante.
Horário de sonhar e realizar,
Os ponteiros se afinam,
A engrenagem trabalha firme
E a bateria está carregada.
No tique-taque do relógio
Não há tempo, o tempo se fez tempo.
O agora é o tempo e o tempo é o agora.

                                                                        (05/05/2011)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

RETRATO

Uma alma romântica
perdida no tempo e no espaço.
Envolta em seu próprio laço
de sonhos, anseios e frustrações.
Anseia o que parece que ninguém quer,
O que foi esquecido com as preocupações,
O que se tornou supérfluo, até descartável.
O que é trocado por momentos vãos
E podado pelos modernismos atuais.
Algo que pra ela é mágico, supremo, sagrado,
Tão desejado e tão demorado...
Ela apenas imagina a sua cor, seu cheiro
E não sabe que forma e gosto tem.
Continua a sonhar, até um dia encontrar
E poder desfrutar do real e concreto,
do sublime, perfeito e maravilhoso:
O AMOR!

                                                                             (30/06/2006)