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sábado, 3 de outubro de 2015

DONA DE TUDO

Ela voltou
Chegou sem sequer ser convidada
Instalou-se na antiga moradia
E já foi dando ordem.

Submetiam-se a ela
Mesmo sem saber o porquê.
Todos consternados
Ela ocupou todo o espaço

Já haviam esquecido
O quão desagradável era...
Mas não se fez de rogada
E ninguém conseguiu tirá-la.

O sono foi o primeiro a ir embora
A alegria aquietou-se
O amor sumiu, não se sabe pra onde
A esperança chorou
O cansaço ficou pra ajudar

A grandeza dela calou a todos
Não havia argumentos
Ela tinha razão, sempre teve
Renderam-se.

Fique, tristeza.
Pode ficar...

LÍRICO

Ele está de luto
ninguém sabe o porquê
Ela passou despercebida
e deixou seu rastro profundo
Não levou só um
levou sonhos, expectativas

E ele? Só chorou...
Nada podia fazer
porém não consegue aceitar

Não há mais vida dentro
não consegue mais vê-la fora
O que era se foi
Sua voz calou-se
Não sabe até quando

Na sua sombria dor
a solidão será sua companheira
as lágrimas as conselheiras.

Mas ninguém viu a morte passar...