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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ENGANO

Enganei-me!
Como o poeta
Também enganei-me.
O sorriso nunca foi real
Sinceridade jamais existiu
Dos lábios só mentiras
Foi o que sempre proferiu.
Enganei-me!
Discórdia e intriga
São a base da personalidade.
Uma moeda que nada vale:
Possui duas caras.
O que parece ser é irreal,
Pura utopia.
Enganei-me!
Por um tempo
Deixei-me enganar.
Acreditei nas palavras
Dei ouvidos aos lamentos
Não percebi o jogo
E finalmente soube
Enganei-me! 

(22/02/2011)
As mulheres que moram em mim
são negras, brancas, ruivas, índias.
As mulhers que vivem em mim
são amadas, rejeitadas, fortes e frágeis.
As mulheres que sinto em mim
querem tudo e não têm nada.

(04/09/2002) 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

AVESSO

Ao invés de vitória, derrota.
Ao invés de lutar, desistir.
Ao invés de felicidade, tristeza.
Ao invés de sonhos, desesperança.
Ao invés de amor, solidão.
Ao invés de frutos, ramos quebrados.
Ao invés de chances, portas trancadas.
Ao invés de mãos estendidas, acusações.
Ao invés de contentamento, anseios.
Ao invés de pureza, falsidade.
Ao invés de direção, confusão.
Ao invés de realizações, frustrações.
Ao invés de paciência, intolerância.
Ao invés de acreditar, INCERTEZAS!

(08/07/2007)

PECADO

Meretriz!
Prostitue o coração.
Não por dinheiro,
mas pela falta de razão.

Busca o amor,
Um momento intenso de paixão.
Que não é desejo profano,
só corpo, tesão.

É mais... Muito mais
Que emoção, satisfação.
É algo pleno, bonito
Que vai além da ilusão.

Un nó que não será desfeito,
Mas apertará pela ação,
De amar, compartilhar,
Sem precisar de barreiras, noção.

Liberdade de vida,
Espírito sem comoção.
Nobreza no beijar,
Sem pensar em corrupção.

Plenitude em retribuir,
Fortalecendo os laços de união.
Chegar onde se quer...
O amor, a perfeição!

(10/09/2002)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

CÉU

Busco na lua respostas.
Procuro nas estrelas minha história.
Sinto que está perdida
em alguma galáxia distante.
O "final feliz" está a anos-luz.
Piso o chão e não sinto a terra
Abro os olhos e nada vejo
Em meu coração só o desespero
Em minha mente devaneios
Viajo no tempo e nada encontro
Quero palavras, nada ouço.
Mais perto tento chegar
Não há o que alcançar!

(03/07/2007)

OS VERSOS

Tenho procurado em vão os versos.
Aqueles que não consegui dizer,
Que sinto, que choro,
Que vivo, que oro,
Que querem sair.
Mas ainda não encontrei as palavras,
talvez porque não encontrei o amor...
Todo o sentimento que habita
Nos versos que não foram ditos,
Nos sorrisos que não foram dados,
Nos beijos que não foram desejados,
E nos abraços que não chegaram.
Os versos são tantos que se perdem,
Perdem-se no vazio da alma.

(15/09/2003)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ENDEREÇADO

Tenho sentido uma nostalgia
Uma falta...
Do país do amor,
Do estado da companhia,
Da cidade do romantismo,
Da rua da paixão,
Da casa número dois.
Enderço que nunca morei,
Mas por vezes visitei
E tanto me afeiçoei
Que vivo de malas prontas
Esperando o homem da mudança.
Lá só entra acompanhado
E como estou só, espero...

(25/11/2010)

MAPA

Sinto fome de versos
Quero devorar rimas
Dominar as estrofes
Libertar o eu lírico.


Preciso de um dissílabo
Estar numa emparelhada
Emocionar com dístico.


Viver a poesia
Sem metrificação
Somente a elisão.


Duplas literaturas
Signos opostos
Linguagens conformes
Abordagens iguais.


Ler as produções
Compreender processos
Teorizar o amor
Praticar em dupla.


Homem e mulher
Formas e conteúdos
Conceitos e expressões
Um só resumo.
União.

(07/11/2010)
Meus olhos apontam o irreal?
Meus dedos veem só incertezas?
Meu coração fala disparates?
Meu pensamento sente oportunidades?
As coisas ao avesso estão?
Um sorriso é mais que pretensão?
Um olhar suposição?
Vida imaginária
Sonhos concretos
Ilusões ilógicas.
Sol que esfria
Lua que aquece
Amor que entristece?
Inexistência.

(23/10/2010)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sonhar vale a pena?
Ou será que aumenta tua ilusão,
Desilusão, tristeza?
Voar longe...
Chegar onde?
Acordar para o real,
Gritar para o mundo,
Gritos roucos e vãos.
Que, talvez, jamais serão respondidos.
Escorão no espaço do nada,
no vazio da alma,
Da alma vazia.
Nada!

                                                                        (01/09/2002)