Chegou o Carnaval, período em que
todos têm de ser felizes, extravasarem, enfiarem o pé na jaca, curtir, beber
até chegar ao coma alcoólico ou quase. Quem não faz isso é démodé, não está
vivendo, está perdendo tempo e não está curtindo a vida.
Estava
refletindo exatamente sobre isso quando resolvi escrever. Preciso do Carnaval
pra mostrar que sou “feliz”?! Esquecer os problemas que preciso resolver porque
tudo pode em nome do carnaval? Quando voltar do carnaval estarei mais feliz,
realizada e tudo resolvido?
Nada contra
quem curte, quem gosta de “beber, cair e levantar” como diz a música, mas assim
como na religião, política e opção sexual, respeitem meu posicionamento e não
queiram me converter ao carnaval.
Chamem-me
de retrógrada, conservadora, até de tola, não ligo mesmo. Não vou vender meu
corpo, minha mente e minha alma por míseros dias que definitivamente não me
farão mais feliz e não mudarão em nada a minha vida, pelo menos pra melhor não.
Na vida eu escolhi ser e não ter, ter de demonstrar que sou feliz, ter de
demonstrar que estou vivendo, ter de demonstrar que estou curtindo e não
perdendo tempo.
Sou assim,
prefiro livros, filmes, boa companhia e um bom vinho ao invés de uma grade de
cerveja ou litros de cachaça em nome da alegria. O que me conforta é que
realmente não me importo com o que pensam ao meu respeito sobre isso e que
também não estou só com este posicionamento. Vou curtir o feriadão do
carnaval descansando a mente, o corpo e o coração porque nada troco por minha
paz de espírito.