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quinta-feira, 19 de maio de 2022

HÁ UM MÊS VENHO BUSCANDO NOMEAR O QUE SINTO...

        

       Tem sido uma tarefa inútil tentar colocar em palavras as sensações e angústias vividas, logo eu que sempre fui hábil com as palavras, ainda não consegui ter lucidez pra discernir, só tenho sentido e muito e muitas coisas.

       Estou ocupando um lugar que, nem em meus piores pesadelos, nunca imaginei estar. Nunca imaginei estar e tão precocemente! Incrível (não crível mesmo!) como em 1 mês a vida muda e neste caso pra pior.

       Foi tudo rápido com a gente, mas a alegria e felicidade não precisam de tempo pra serem digeridas, elas simplesmente se incorporam em tudo o que fazemos. Nós não precisamos de tempo para entender que nos queríamos além da amizade que já tínhamos há 3 anos. Rapidamente percebemos que já nos amávamos e de que nossa conexão não era apenas deste plano. Foi tão intenso que até dissemos em algumas conversas (sim, algumas) que quem fosse primeiro esperaria pelo outro. 

           Entretanto, NUNCA pensei que você fosse primeiro e de forma estupidamente rápida!

         A ansiedade da doença, da falta de diagnóstico, depois as verdades do prognóstico e as realidades cruas da certeza da partida jamais serão digeridas. Principalmente quando vêm em um espaço tão curto de tempo. Se bem que não há preparação para isso, não é questão de tempo...

         A dor da ausência simplesmente adentra despedaçando tudo, não pergunta se pode entrar, já chega te derrubando, arrasando qualquer faísca de alegria que pode existir nas lembranças dos bons momentos.

           Todos os dias sinto a sua falta, nas coisas mais simples, nas coisas mais complicadas, saudades de "um cheiro, minha ruiva", "te amo, ruiva". Saudades das declarações de amor através de poemas, músicas e letras de músicas. Saudades da sua gentileza, das suas brincadeiras. Saudades das suas histórias que eu aprendia tanto ouvindo.

           No dia que você morreu, morreu algo dentro de mim que eu tenho certeza que jamais reviverá. Não sei nomear e já entendi que nem preciso fazer isso. Não tenho que me justificar e nem explicar pra ninguém, pois só quem atravessa esse vale das sombras chamado luto saberá o que estou falando.

         Infelizmente não há uma fórmula pronta pra aguentar e sobreviver à dor do luto. A gente tem que aprender no processo ocupando esse lugar antes nunca imaginado.

            A sua ausência é o que está mais presente em mim. 

           "Por onde for quero ser seu par".

                               Tô com saudade, meu bem.

                                                                                             Te lovo.



Richardson Alex (1971-2022)


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