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domingo, 29 de maio de 2022

DESAMPARO E ABANDONO

A dor da perda, da ausência, da saudade

embriaga, entontece, desnorteia,

tira a sobriedade, a lucidez.


Os dias continuam nebulosos,

o desamparo e o abandono

são companheiros constantes.


Sinto-me nauseada

e o que está enjoando

é a dor que precisa ser vomitada.


Frustração, exaustão, fraqueza,

cansaço, vazio, irracionalidade.


Não consigo assimilar,

não consigo aceitar,

mas é inevitável.


Sua partida é real e permanente,

estupidamente crua e imutável.


Sigo dilacerada,

tentando costurar os retalhos,

colar os pedaços,

juntar os cacos.




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