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sexta-feira, 10 de junho de 2011

ENTUSIASMO

Furta-cor dos meus dias!
Arco-íris dos meus pensamentos,
Matiz do meu verde olhar,
Virtude dos meus sentimentos.
Irracionalidade dos atos,
Perda do senso...
Cegueira momentânea dos fatos.
Fertilidade poética!
Lucidez dos sonhos,
Esmero da beleza,
Regalo de minha esperança.
Sorriso perfumado!
Olhar estrelado!
Disse-te em voz baixa
Qualquer coisa
Quase sussurrando.
Toquei-te suavemente
Com anseio de um abraço.
Cerrei meus lábios
Enquanto minh'alma gritando
falava que é a ti, querido,
Que estou desejando.

(10/06/2011)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

PALAVRAS PELO CAMINHO

No caminho das palavras
Posso ir aonde quiser,
Quando e com quem quiser.
No caminho das palavras
Não há erros, apenas escolhas.
Não há trancas, algemas, tramelas.
No caminho das palavras
Sou quem quiser,
Faço o que quiser.
No caminho das palavras
Não há pessoas tropeços,
Há vereda justa.
No caminho das palavras
Não há coleiras ou embaraços,
desilusões ou esperas.
No caminho das palavras
Não há mordaças, convenções,
Pudores ou temores.
No caminho das palavras
Há a plenitude da vida,
Há a liberdade do ser!

(01/06/2011)

terça-feira, 31 de maio de 2011

EM VÃO

Tenta tapar-me o sol
Com a montanha.
Deixar os meus dias incertos.
Na inépcia se afoga,
Na penúria de sua alma
Curte sua solidão.
E eis que o regozijo de minh'alma
Está além do horizonte.
Lugar que montanha alguma
Poderá ocultar!


(26/05/2011)

NEGLIGENTES

Ineptos, maldizentes!
Não têm firmeza de caráter.
Inconstantes e volúveis,
São como folhas levadas ao vento.
Têm dupla face e espírito dobre.
Não têm personalidade,
Vendem-se a sepulcros caiados!
Pensam estar certos,
Que ledo engano.
O Dia da Justiça chegará!
Tudo será declarado
E os que de vós se apartaram
Verão a SALVAÇÃO!

(22/06/2011)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ALFARRÁBIO

Se tu leres as entrelinhas de meu olhar
Verás o quanto de ti há neles:
Olhares registrados, sorrisos iluminados,
Imagens da tua face linda!
Quantos anseios guardados,
Abraços esperados.
Mãos unidas, casadas.
No ato de pensar
Os corações estanques
Unem-se num imane amor.
O que era insípido e solitário
Torna-se em regozijo.
Tudo nas entrelinhas do meu olhar
Que tu te negas a ler.


(12/05/2011)

domingo, 8 de maio de 2011

RELÓGIO

No tique-taque do relógio do tempo
Bate em descontrole um coração.
Horas acelerado,
Horas calmo e atrasado.
A ausência enfraquece o ponteiro
E a batida da saudade
Quase quebra a engrenagem.
O anseio enferruja as peças
E a bateria quase perde a validade.
A presença anuncia o alvorecer!
No sorriso o brilho do sol da manhã,
No olhar o calor do dia ao meio,
Nos negros cabelos o anoitecer aconchegante.
Horário de sonhar e realizar,
Os ponteiros se afinam,
A engrenagem trabalha firme
E a bateria está carregada.
No tique-taque do relógio
Não há tempo, o tempo se fez tempo.
O agora é o tempo e o tempo é o agora.

                                                                        (05/05/2011)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

RETRATO

Uma alma romântica
perdida no tempo e no espaço.
Envolta em seu próprio laço
de sonhos, anseios e frustrações.
Anseia o que parece que ninguém quer,
O que foi esquecido com as preocupações,
O que se tornou supérfluo, até descartável.
O que é trocado por momentos vãos
E podado pelos modernismos atuais.
Algo que pra ela é mágico, supremo, sagrado,
Tão desejado e tão demorado...
Ela apenas imagina a sua cor, seu cheiro
E não sabe que forma e gosto tem.
Continua a sonhar, até um dia encontrar
E poder desfrutar do real e concreto,
do sublime, perfeito e maravilhoso:
O AMOR!

                                                                             (30/06/2006)