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sexta-feira, 26 de abril de 2013

ANTÍTESE

Perdoe-me, minh'alma,
por ser tão inquisitória,
tão punidora,
tão atormentada.
Tu tens padecido às loucuras
de minhas escolhas,
às negligências da minha aceitação,
ao vazio das minhas ausências,
quando solitária,
fujo de ti, de mim mesma...
Perdoe-me!
Por muitas vezes te algemar
a uma vida que não escolhestes,
aos medos que não quisestes.
Eu também nunca os quis,
em mim, em ti.
Nascemos uma para a outra,
mas nunca nos unimos,
talvez porque nunca nos aceitamos
e, ao invés de cúmplices,
fomos sempre rivais.
Na busca incessante
de nossas realizações
perdemos-nos em nós mesmas
e ainda não nos encontramos.

(25/04/2013)

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